Munição de verdade matou menino palestino

A autópsia realizada nesta quarta-feira (30) por médicos forenses palestinos indica que Ahmed Moussa, de 10 anos, morto ontem por tropas israelenses na Cisjordânia, foi alvejado por munição de verdade. O tiro atingiu o garoto no vilarejo de Naalin, durante um dos freqüentes protestos contra a construção do muro israelense que separa a Cisjordânia de Israel. Soldados israelenses não têm permissão para usar munição de verdade quando dispersam manifestações de civis, dizem as autoridades de Israel.

Mortes de crianças em choques entre soldados israelenses e palestinos são uma questão sensível para ambos os lados, o que torna as autópsias imparciais algo crucial para determinar o que realmente aconteceu. Ambas as partes se acusam com freqüência de exagerar os fatos. Israel queria participar da autópsia no corpo do menino, mas os palestinos recusaram, disse governador de Ramallah, Said Abu Ali.

Os moradores de vila de Naalin protestam quase diariamente contra a construção do muro, que ameaça separá-los de centenas de hectares de terras que dão a subsistência da vila, com suas oliveiras. Os protestos freqüentemente degeneram em violência, com as tropas israelenses disparando bombas de gás lacrimogêneo e balas revestidas de borracha contra os civis palestinos.