A "Ave Maria" de Giuseppe Verdi ecoou na catedral de Modena neste sábado (8) enquanto o mundo se despedia do tenor Luciano Pavarotti em um funeral com a presença da família, artistas e amigos próximos, acompanhado de longe por admiradores em todo o mundo. O papa Bento XVI enviou um telegrama, que foi lido no início da cerimônia. O texto dizia que Pavarotti "honrou o divino dom da música através de seu extraordinário talento de intérprete".
Milhares de pessoas assistiram à cerimônia, restrita a convidados, em um telão erguido na praça principal de Modena, onde uma gravação dos mais famosos trabalhos do tenor foi tocada ao longo de dois dias. O caixão branco do tenor, coberto com girassóis – suas flores favoritas – jazia no altar, com sua esposa, Nicoletta Mantovani, ao seu lado. Também próximo dali estavam as três filhas de Pavarotti, fruto de seu primeiro casamento.
O tenor morreu na quinta-feira em sua casa nos arredores de Modena após lutar contra um câncer no pâncreas por mais de um ano. Ele tinha 71 anos. Autoridades da cidade afirmaram que mais de 87 mil cartões foram entregues para expressar seus últimos desejos a Pavarotti. A soprano búlgara Raina Kabaivanska, que já havia trabalhado com Pavarotti, chorou ao cantar "Ave Maria" no início da cerimônia. O tenor Andrea Bocelli iria cantar a "Ave Verum Corpus", de Mozart, na cerimônia, celebrada pela arcebispo de Modena, Benito Cocchi, e outros 18 padres.
Entre as pessoas que compareceram ao funeral estavam o primeiro-ministro italiano Romano Prodi e o ministro da Cultura, Francesco Rutelli, o diretor italiano Franco Zeffirelli e o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Kofi Annan. O vocalista do U2 Bono Vox também estava na catedral. O tenor será enterrado no cemitério de Montale Rangone, próximo a Modena, onde membros de sua família, incluindo seus pais e seu filho Ricardo, estão enterrados.