Quatro mulheres tornaram-se no sábado as primeiras a serem eleitas para o Parlamento do Kuwait, numa retumbante vitória em um país conservador do Golfo Pérsico cujo poder legislativo era exclusivamente dominado por homens há quase um século, informou neste domingo a TV estatal local.
As mulheres kuwaitianas ganharam o direito de voto e de concorrerem a eleições em 2005, mas ainda não haviam conquistado um assento sequer em duas eleições anteriores do Parlamento, que conta com 50 membros.
O Kuwait, uma das poucas democracias do Golfo, tem sido pioneiro na região no que diz respeito à concessão de direitos políticos a seu povo. Alguns críticos, no entanto, dizem que a estabilidade política e econômica do país tem sofrido devido a frequentes conflitos entre o Parlamento e gabinetes que ainda são escolhidos e controlados pela família que governa o país.
As eleições de sábado foram resultado de um destes embates, que levou o governante do Kuwait, ou emir, a dissolver o Parlamento e a convocar o pleito, o segundo realizado no país em um ano.
Uma das mulheres eleitas, Massouma al-Mubarak, foi também a primeira ministra do país. As demais vencedoras foram a ativista pelos direitos das mulheres Rola Dashti, e as professoras Salwa al-Jassar e Aseel al-Awadhi.
O resultado das eleições também mostrou que os muçulmanos fundamentalistas estão perdendo espaço no Parlamento. Eles ganharam 16 assentos no sábado, contra os 24 que controlavam anteriormente.