A moda do unicórnio tomou o mundo no primeiro semestre de 2017. Foram produzidas desde roupas até cafés nos tons pastéis da pelagem do animal mitológico, e uma prática que pegou mesmo foi pintar o cabelo nos tons coloridos. Várias blogueiras e personalidades começaram a fazer isso, o que causou verdadeiro frenesi nos salões de beleza.
No Reino Unido, a obsessão pelo cabelo na ‘cor’ de unicórnio causou um acidente grave. O Daily Mail relata que Kirsty Weston, moradora de Hertfordshire, comprou um pó descolorante na rua e, quando aplicou em seu cabelo, sofreu queimaduras gravíssimas. Ao todo foram seis operações para tentar salvar o restante do couro cabeludo, além de três semanas de internação no hospital.
Quando Kirsty aplicou o descolorante, começou a sentir uma queimação no couro cabeludo e uma reação alérgica fez com que seu rosto inchasse. Ela afirma que foi ao hospital, mas que os médicos receitaram antialérgicos sem conferir o estado do couro cabeludo. Como a sensação de queimação não passava, ela foi voltou ao hospital. Kirsty relata que o couro cabeludo descolou de sua cabeça quando foi analisado pelos médicos, por conta das queimaduras não tratadas inicialmente.
Imediatamente ela foi para a sala de cirurgia e precisou receber enxertos de pele da sua coxa para cobrir as falhas. Como a pele que foi transplantada não tem folículos, nunca mais crescerá cabelo na região afetada.
“Tinturas e clareadores para cabelo registrados em agências de vigilância já são por si só um risco. Em produtos sem procedência, o risco é ainda maior”, alerta Lucas Portilho, coordenador da Comissão Assessora de Farmácia Estética do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP).
O especialista avisa que os descolorantes têm um pH extremamente alcalino, o que causa irritações na pele. Antes de utilizar, é preciso testar o produto, aplicando uma pequena quantidade em alguma parte do corpo como o antebraço ou atrás da orelha. Depois de 30 minutos, a região deve ser lavada. Caso a pele apresente alguma irritação ou coceira nas 24 horas seguintes, fica comprovada a hipersensibilidade da pessoa ao produto.
“O grande problema é que, no anseio de utilizar logo o descolorante, raramente os consumidores aguardam o tempo indicado para avaliar se podem ou não aplicá-lo”, explica Portilho.
Ainda em entrevista ao Daily Mail, Kirsty disse que agora não há muito mais o que fazer. “Tenho duas opções: realizar o transplante capilar, que não dá muito resultado em mulheres, ou aplicar uma solução salina que expande o couro cabeludo, e diminui a área sem cabelo”, ponderou. “No momento, preferi deixar o couro cabeludo se curar e vou usando perucas ou turbantes”, completou.
“Não deveria ter usado o pó descolorante sozinha”, falou Kirsty. “Tentei ser esperta para economizar dinheiro e apliquei o descolorante de forma errada. Recomendo a todos que façam o procedimento somente com um profissional”, finalizou.