Um funcionário do Hamas disse nesta quinta-feira que cerca de 200 dos 450 palestinos que serão libertados na primeira fase em troca do soldado israelense Gilad Schalit não receberão permissão para voltar para suas casas na Cisjordânia, em Gaza ou em Jerusalém Oriental, o que indica que vários podem ser deportados.

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O funcionário, que pediu anonimato porque não está autorizado a divulgar os dados, disse aos jornalistas que 272 dos 450 prisioneiros que serão libertados poderão ir para casas, o que significa que os demais 178 devem ser deportados para outros países ou, se forem da Cisjordânia ou de Jerusalém Oriental, para a Faixa de Gaza. O integrante do Hamas não citou os nomes dos países que poderiam ser o destino dos deportados.

A troca de prisioneiros foi anunciada na terça-feira, encerrando uma saga de cinco anos de negociações para libertar Schalit, que foi sequestrado por militantes ligados ao Hamas numa ação nas proximidades da fronteira em 2006. Israel vai libertar mais de 1.000 prisioneiros palestinos. Cerca de 550 devem ser liberados numa segunda fase, daqui a cerca de dois meses.

Israel faz pressão pela deportação de prisioneiros palestinos que representariam um risco de segurança ao Estado judeu caso voltassem para suas comunidades. A maioria desses prisioneiros é acusada de ter planejado ataques militantes ou de ter causado a morte de israelenses.

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O Hamas não conseguiu a libertação de importantes líderes políticos palestinos, condenados por planejarem violentos ataques contra Israel, ao contrário do que havia declarado na terça-feira. Dentre eles está Marwan Barghuti, líder do Fatah, que poderia concorrer à presidência palestina caso fosse libertado, e Ahmad Saadat, o líder da pequena mas influente Frente pela Libertação da Palestina.

Críticas

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Alguns palestinos criticaram o Hamas nesta quinta-feira por fazerem muitas concessões no acordo de troca de prisioneiros por Schalit. A maioria das críticas foi feita por pessoas ligadas ao Fatah, que é rival do Hamas.

No entanto, as críticas parecem refletir a profunda inquietação sobre se o preço pago pelos palestinos pela captura de Schalit não foi alto demais.

Críticos do acordo estão desapontados com o fato de que alguns dos mais importantes prisioneiros não serem libertados e que centenas possam ser deportados ou não receber permissão para voltar para suas casas.

“O acordo é um golpe nas nossas esperanças”, disse Issa Karake, funcionário palestino na Cisjordânia – controlada pelo Fatah – responsável pelos prisioneiros. “O povo palestino pagou um preço muito alto pela captura de Schalit. Eles deveriam ter insistido”, disse ele. As informações são da Associated Press.