O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, foi recebido no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, onde começa nesta segunda-feira (30) a reunião de cúpula da União Africana (UA). O anfitrião do encontro, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, governa seu país quase há tanto tempo quanto Mugabe está no poder no Zimbábue.
Em seu discurso de abertura, o líder de turno da UA, o presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, mencionou a crise e parabenizou o povo zimbabuano e os mediadores da entidade, mas não falou sobre Mugabe. Ele qualificou o pleito como "histórico" mas ressalvou que há desafios pela frente.
Analistas consideram improvável que líderes africanos critiquem Mugabe, apesar da pressão de governos ocidentais para que coloquem em descrédito a reeleição do líder zimbabuano.
Os Estados Unidos prometem levar o caso perante o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) ainda esta semana.
Por sua vez, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, conclamou a UA a rejeitar o resultado das eleições presidenciais da última sexta-feira (27) no Zimbábue, das quais Mugabe participou como candidato único depois de o líder oposicionista Morgan Tsvangirai ter-se retirado da disputa.
Mas a expectativa é de que os líderes africanos adotem uma postura bem mais branda na reunião, uma vez que poucos deles podem atirar a primeira pedra quando se trata de eleições.
