Ensaios clínicos acelerados serão iniciados na África ocidental para apressar a pesquisa para o tratamento do vírus do ebola, informou o grupo Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta quinta-feira.
O grupo humanitário internacional disse que vai fornecer os recursos para os ensaios clínicos a partir do mês que vem em três centros de tratamento de ebola onde são usadas drogas experimentais que não passaram pelo longo processo de estudos com animais e pessoas saudáveis.
Ensaios separados serão liderados por três diferentes parceiros de pesquisas e envolverão a Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades da Saúde em países afetados.
“Se vamos encontrar um tratamento, temos de fazer isso agora, razão pela qual temos de acelerar estes ensaios”, disse Peter Horby, investigador chefe dos ensaios liderados pela Universidade de Oxford. A universidade vai testar a droga antiviral brincidofovir na Libéria.
O Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França vai realizar um ensaio usando a droga antiviral favipiravir em Gueckedou, na Guiné, e o Instituto de Medicina Tropical de Antuérpia vai realizar testes sobre terapia com sangue e plasma de convalescentes na Guiné.
Os resultados de alguns desses ensaios são esperados até fevereiro ou março.
O maior surto já registrado de ebola já dura oito meses, matou mais de 5 mil pessoas e infectou mais de 14 mil no oeste africano.
A Organização das Nações Unidas (ONU) nomeou David Nabarro como representante da entidade para a doença e vários governos montaram clínicas de tratamento. Mas as equipes médicas estão no limite e a OMS afirma que não há trabalhadores estrangeiros da área da saúde em número suficiente.
Não há medicamentos comprovadamente eficientes para o tratamento do ebola. Testes de uma série de drogas em seres humanos tiveram início em vários continentes. O atual surto mata entre 50% e 80% dos infectados na África ocidental, segundo o Médicos Sem Fronteiras.
Enquanto em algumas áreas da Libéria, o país mais atingido pelo surto, o número de novas infecções tem caído, novos pontos de infecção estão surgindo. Fonte: Associated Press.