Moyano mostra força na festa de 1º de Maio na Argentina

A tradicional festa de Primeiro de Maio na Argentina foi antecipada para hoje e paralisou o trânsito no centro da capital. O líder da Central Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano, organizou um ato na Avenida 9 de Julio, a principal de Buenos Aires, que, desde cedo, reuniu dezenas de categorias de trabalhadores. O gesto de Moyano foi interpretado por analistas políticos como uma demonstração de força da central sindical para impor à presidente Cristina Kirchner nomes de sindicalistas para as eleições.

Neste ano, a Argentina terá eleições para presidente e vice-presidente da República, governadores, prefeitos e vereadores. O processo eleitoral também vai renovar metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado.

Moyano, que surgiu no sindicato dos caminhoneiros, já demonstrou poder de fogo para paralisar todos os transportes da Argentina em horas. Ele tem reiterado, em seus discursos, o desejo de que “um trabalhador” ocupe a presidência do país e que, nas eleições deste ano, um candidato à vice-presidência seja indicado pela CGT. “Temos direito de reivindicar lugares nas listas”, disse Moyano, que também defendeu que a presidente Cristina Kirchner seja candidata à reeleição e que o Congresso aprove a lei de divisão de lucros das empresas com os empregados.

Apesar da demonstração de apoio de Moyano à presidente, Cristina Kirchner barrou a iniciativa de candidatura do sindicalista, valendo-se de algumas estratégias, como investigações judiciais sobre suspeita de corrupção de Moyano, além de lembrar da briga que o sindicalista teve com o ex-presidente Néstor Kirchner, na noite anterior à morte dele. Os familiares e funcionários mais próximos dos Kirchner responsabilizam Moyano pela exaltação de Kirchner, que o teria levado ao enfarte.

Oposição critica

A oposição criticou duramente a paralisação dos sindicatos, que registrou a participação de entre 300 mil e 400 mil pessoas, segundo cálculos da polícia. Para o candidato à Presidência da Unión Cívica Radical (UCR), Ricardo Alfonsín, o evento é uma demonstração de apoio ao governo, apesar da intenção política de Moyano.

Cristina não compareceu ao ato de Moyano, mas seus ministros sim. Também compartilharam o palco sindicalista governadores e políticos kirchneristas. Mas o único orador foi Moyano, que ressaltou o modelo econômico iniciado em 2003, com Néstor Kirchner.

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