Subiu para 166 o número de pessoas mortas durante os piores incêndios florestais na história da Austrália. Mais de uma dúzia de incêndios menores seguiam sem controle nesta segunda-feira (9), mas o tempo está mais fresco do que no fim de semana. Pelo menos 750 casas e 2.200 quilômetros quadrados de terras foram destruídos pelos incêndios e autoridades australianas dizem que o número de mortes quase certamente aumentará.

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A escala da tragédia aumenta diariamente e choca uma nação que passa com certa frequência por incêndios florestais. Não houve resposta rápida, mas especialistas sugerem que o pânico da situação e a alta velocidade da disseminação do fogo teriam sido os principais motivos do alto número de vítimas. Autoridades locais acreditam que pelo menos parte dos mais de 400 focos de incêndio que devastam a região sul do Estado de Victoria desde o fim de semana tenha origem criminosa.

O primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, visivelmente abalado durante entrevista televisionada, era um reflexo da perplexidade com essa possibilidade. “O que dizer de qualquer pessoa que tenha feito algo assim?”, questionou. “Não me ocorre nenhuma outra expressão além de homicida em massa.”

A polícia isolou pelo menos duas cidades – Marysville e Kinglake – onde ocorreram dezenas de mortes. As forças de segurança estabeleceram postos de controle e restringiram o acesso às localidades. O ato de provocar um incêndio florestal é passível de pena de 25 anos de reclusão. No entanto, a sentença por assassinato pode chegar a prisão perpétua, observou o procurador federal Robert McClelland. Em Kinglake, corpos foram encontrados dentro de carros carbonizados e a rádio da Austrália Broadcasting Corporation informou que um automóvel foi encontrado em um pequeno reservatório, onde aparentemente o motorista em desespero jogou o veículo para escapar das chamas.

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Sobreviventes

Apesar do número crescente de mortos, existem casos extraordinários de sobreviventes. Um homem se salvou ao se jogar na piscina da sua casa. Um mulher se salvou com seus filhos pequenos ao entrarem todos na uma grande toca vazia de animais silvestres até o fogo passar. Essa foi a série de incêndios mais mortífera da Austrália. Em 1983, outra sequência de incêndios matou 75 pessoas, enquanto em 2006 os incêndios deixaram nove pessoas mortas na península de Eyre, sul do país.

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