O número de mortos no confronto entre manifestantes e policiais na capital do Tibete, Lhasa, pode chegar a 100, segundo informações do governo tibetano no exílio chefiado pelo Dalai Lama. O governo da China reconheceu na sexta-feira (14) 10 mortes, enquanto a Campanha Internacional pelo Tibete afirmou que o número de vítimas é de no mínimo 25.
A apuração do número exato de mortes é dificultada pelo forte controle sobre a informação e o acesso à região exercido por Pequim. As viagens de estrangeiros à região, especialmente jornalistas, foram suspensas pelas autoridades. Há uma forte campanha na mídia oficial chinesa para retratar os manifestantes como vândalos que atacaram pessoas inocentes, atearam fogo em lojas e agrediram policiais.
O governo tibetano no exílio pediu intervenção da Organização das Nações Unidas para interromper o que classificou como "violação dos direitos humanos" no Tibete. Enquanto os ativistas tibetanos sustentam que as mortes foram provocadas pela repressão policial, o governo de Pequim afirma que elas ocorreram em razão dos incêndios iniciados pelos manifestantes.
A violência explodiu em Lhasa no início da tarde de sexta-feira (14), no quinto dia de protestos que marcaram o aniversário do fracassado levante contra o domínio chinês no Tibete ocorrido em 1959.