O governo do presidente Hugo Chávez, que enfrenta fortes críticas por causa da morte de um fazendeiro que estava em greve de fome, informou hoje que fará uma investigação sobre o caso. O governo afirma também em comunicado que grupos opositores a Chávez estão usando a morte de Franklin Brito, de 49 anos, como um “espetáculo macabro” para conquistar votos nas eleições legislativas que serão realizadas no final do mês.

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“Eles não fizeram nada para salvar sua vida, pelo contrário, desejaram e esperaram sua morte, como carniceiros”, diz o documento. Brito morreu na segunda-feira num hospital militar de Caracas, em razão de “deterioração física como resultado de jejum prolongado e voluntário”, disse o governo.

O fazendeiro contrário a Chávez, que protestava contra as agressivas políticas de expropriação de terra, estava em greve de fome havia meses, mas nos últimos dias recusou líquidos e comida. Candidatos da oposição se apegaram à noticia de sua morte na expectativa de que ela se torne um símbolo do sentimento contra Chávez, antes das eleições legislativas de 26 de setembro.

A filha de Brito, Angela Brito, disse que considera o presidente “diretamente” responsável pela morte de seu pai. Brito havia feito várias greves de fome na última década, chegando até mesmo a cortar parte de um dedo para protestar contra a nacionalização de suas terras no estado de Bolívar, sul do país.

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O vice-presidente Elias Jaua realizou hoje um encontro com jornalistas para discutir o caso. Ele reiterou o argumento do governo de que Brito “nunca foi alvo de expropriação de terra” e que o governo nunca incitou invasores a tomarem o local, como Brito afirmava. Embora lamente a morte de Brito, o governo Chávez afirma que seu “protesto extremo” foi mais uma questão publicitária.

Segundo Jaua, vários esforços do governo para resolver as reclamações de Brito “infelizmente nunca foram suficientes para ele”. O governo nega qualquer participação na morte de Brito. A procuradora-geral Luisa Ortega Diaz disse que foi aberta uma investigação sobre se a família de Brito ou outras pessoas ajudaram em seu suicídio, um crime punível com penas entre sete e dez anos de prisão. As informações são da Dow Jones.

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