O presidente do Egito, Mohamed Morsi, prometeu que as forças de segurança “agirão com decisão extrema” para proteger os edifícios do Estado, depois que manifestantes entraram em confronto com a polícia do lado de fora do palácio presidencial nesta sexta-feira. Em um comunicado publicado na sua página no Facebook, a presidência disse também que prenderá grupos de oposição “politicamente responsáveis” pela violência no país.
As forças de segurança do Egito usaram canhões de águas e dispararam tiros para o ar, à medida que manifestantes jogaram coquetéis molotov e pedras no terreno do palácio presidencial, no Cairo, hojr, disse um correspondente da agência de notícias France Presse.
Cerca de 6 mil manifestantes se concentraram do lado de fora do palácio em uma área luxuosa da capital, batendo nas portas e atirando pedras e sapatos para o terreno em uma demonstração de desprezo. Pelo menos uma bomba incendiária foi jogada através das portas, enquanto as multidões gritavam “saia, saia” para o presidente.
A polícia do Egito também entrou em confronto com inúmeros manifestantes perto da Praça Tahrir, no Cairo, à medida que milhares de pessoas realizaram protestos em várias cidades do país contra Morsi, afirmaram testemunhas.
Elas disseram também que a polícia e os manifestantes atiraram pedras uns contra os outros em uma rua principal do lado de fora da praça, perto das embaixadas americana e britânica. Segundo as testemunhas, a polícia disparou projéteis contra os manifestantes, ferindo pelo menos duas pessoas que foram levadas por uma ambulância.
A área se tornou o novo foco dos confrontos no Cairo após a polícia bloquear outras ruas perto da praça com muros de concreto para evitar que os manifestantes se aproximassem dos escritórios do governo.
Os confrontos acontecem após uma onda de violência deixar 56 pessoas mortas, a maioria em Port Said, na sequência da condenação à morte de 21 pessoas após uma briga relacionada a futebol em 2012.
Com o apoio do presidente islâmico e quase impune, a polícia egípcia foi acusada de disparar descontroladamente, espancar e atacar com força letal os manifestantes nos confrontos ocorridos em grande parte do país na semana passada, recuperando sua notoriedade da era de Hosni Mubarak como um ferramenta de repressão.
As forças de segurança emergiram como um player político significante após ficarem de lado por dois anos desde a queda de Mubarak, irritadas, ou indispostas a voltarem totalmente às ruas.
Além disso, Morsi, cuja Irmandade Muçulmana foi muito oprimida pelas forças de segurança, já deixou claro que ele precisa de polícia ao seu lado para proteger sua permanência ainda instável no poder. Na TV estatal no domingo, ele agradeceu a polícia por sua resposta aos protestos, um dia depois de dezenas de pessoas morrerem na cidade mediterrânea de Port Said. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.