Um ex-agente da inteligência paquistanesa, considerado o “padrinho” do Taleban afegão, morreu de um ataque do coração no noroeste do Paquistão, afirmou um alto membro do governo hoje. Sultan Amir Tarar, conhecido como “Coronel Imã”, foi sequestrado por rebeldes islamitas em março passado, enquanto viajava pelo Waziristão do Norte, uma área de atuação dos extremistas.
O principal funcionário administrativo para as áreas tribais do Paquistão, Tariq Hayat, disse que funcionários do distrito informaram sobre a morte de Tarar. “A administração política do Waziristão do Norte me disse que ele morreu por um ataque do coração”, afirmou Hayat. Para Hayat, porém, a morte deve ser atribuída ao Taleban, pois o grupo não forneceu remédios para ele, um paciente com problemas cardíacos.
Tarar foi capturado junto com o cineasta britânico Asad Qureshi e outro ex-agente do serviço de inteligência do Paquistão, Khalid Khawaja. Khawaja foi encontrado morto em abril passado, com um bilhete em seu corpo acusando-o de espionar para os EUA, enquanto Qureshi foi libertado em setembro. As áreas tribais são uma base do Taleban paquistanês, aliado da rede extremista Al-Qaeda.
Tarar tornou-se conhecido por seu apoio aos grupos de mujahedin do Afeganistão, que lutaram contra a ocupação soviética, entre 1979 e 1989. Posteriormente, ele ajudou a treinar o movimento do Taleban no Afeganistão. O Taleban acabou tomando o poder em Cabul, em 1996. O grupo foi derrubado pela invasão liderada pelos EUA, no fim de 2001.
Apontado como bastante próximo do comando dos islamitas afegãos e do líder espiritual do Taleban, mola Omar, ele era considerado o “padrinho” do movimento. Após se aposentar do serviço de espionagem, Tarar viveu em Rawalpindi, onde recebia visitas regulares da imprensa e apoiava abertamente o Taleban afegão na luta contra os EUA e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). As informações são da Dow Jones.