O presidente da Bolívia, Evo Morales, aparece como favorito para obter a reeleição nos pleitos presidenciais e legislativos marcados para 6 de dezembro. Morales enfrentará sete opositores, entre eles um ex-militar, um empresário de centro e quatro indígenas. Venceu à meia-noite de ontem o prazo para a inscrição de candidatos em meio a confrontos menores entre grupos rivais. Na lista há apenas uma mulher, Ana María Flores, de um partido nanico.

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Os quatro indígenas na corrida presidencial são quíchuas, a primeira etnia do país. Morales é aimará, a segunda etnia em número. Em entrevista coletiva hoje, o líder boliviano disse que os rivais poderão fazer campanha em qualquer região. Ele pediu a seus aliados que ela seja sem violência. Morales não quis apontar um principal rival. “Todos entram na disputa para ganhar”, lembrou.

Um ex-militar e ex-governador de Cochabamba, o opositor Manfred Reyes Villa, de direita, aparece como principal opositor, mas nas pesquisas está atrás do presidente. Reyes Villa lidera o Nueva Fuerza Republicana, partido fundado pelo ex-ditador militar Hugo Banzer. Em agosto do ano passado, Reyes Villa foi derrotado pela situação, em um referendo revogatório. Ele tem como candidato à vice-presidência o ex-governador de Pando Leopoldo Fernández, atualmente detido em uma prisão de La Paz, acusado de promover uma matança de campesinos partidários de Morales em 2008. A oposição o considera um preso político.

Uma terceira opção é o empresário do setor de cimento Samuel Doria Medina, que tenta capitalizar o voto de centro, em um país polarizado entre partidários e opositores de Morales. A oposição afirma que o presidente tem um projeto autoritário e excludente, com o pretexto de forjar a inclusão social dos indígenas, maioria no país. Entre os quatro indígenas candidatos, o ex-prefeito de Potosí René Joaquino é o mais cotado.

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Apoio

Morales tem forte apoio entre os indígenas e a população urbana pobre. Para ampliar sua força nas classes médias, incorporou como candidatos a parlamentares conhecidas figuras desse meio. Os principais candidatos da situação ao Senado não são indígenas, mas sim profissionais da classe média.

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A Bolívia vive em prolongada crise, marcada por fortes lutas envolvendo identidade étnica e a divergência entre algumas regiões e o governo central. Vários departamentos (Estados), entre eles a rica Santa Cruz de La Sierra, querem mais autonomia e um modelo liberal, contrário ao estatismo do mandatário, primeiro indígena governando o país.