O presidente boliviano, Evo Morales, disse nesta quarta-feira que a sentença de prisão perpétua dada pela Justiça da Itália ao ex-ditador Luis García Meza (1980-1981) é justa, mas insuficiente. Para Morales, é preciso também processar membros das agências de segurança dos Estados Unidos.

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“Não se fará justiça para nossos povos se não se julgar os verdadeiros assassinos responsáveis pelos crimes de lesa humanidade, impulsionados desde os EUA”, afirmou Morales em sua conta no Twitter.

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García Meza, de 87 anos, tem diversos problemas de saúde e passou os últimos anos em um hospital militar em La Paz. Luis Arce Gómez, seu ministro do Interior, também condenado pela Justiça italiana, já cumpriu sentença por narcotráfico nos Estados Unidos e, desde 2009, voltou à Bolívia, onde permanece em uma prisão de segurança máxima.

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O julgamento na Itália é referente à desaparição de cidadãos italianos durante a ditadura. Em Roma, o juiz determinou prisão perpétua para os dois bolivianos, além de seis militares reformados de Peru, Chile e Uruguai, todos implicados na Operação Condor, que nos anos 1970 e 1980 estabeleceu uma rede para perseguir opositores políticos em Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Uruguai e Paraguai.

O advogado de García Meza, Frank Campero, disse que a sentença na Itália foi injusta e que recorrerão. Campero disse que seu cliente nunca teve nenhuma participação na Operação Condor.

A representantes da Associação de Familiares de Detidos, Desaparecidos e Mártires pela Liberação Nacional da Bolívia (ASOFAMD), Ruth Llanos, afirmou em entrevista coletiva que a sentença para García Meza é justa. “Nós pedimos que se extradite García Meza, porque na Bolívia ele passa mais tempo no hospital que na cadeia.” Fonte: Associated Press.