O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou-se vencedor do referendo realizado ontem no país depois de as primeiras parciais apontarem um contundente respaldo à continuidade de seu mandato. Com base numa contagem rápida realizada em todas as mesas de apuração pelos institutos de pesquisa Ipsos, Apoyo e Opinión y Mercado, a rede de televisão ATB informou que Morales obteve 63,1% dos votos. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, informou a emissora.
A rede Unitel – com base nos resultados do instituto Equipos Mori – informou que Morales obteve 62,4% em uma contagem rápida.
Se a tendência se confirmar, Morales receberá a maior votação já obtida por um presidente na história política boliviana, o que daria a ele força para dar seqüência a suas reformas. Nas eleições de 2005, Morales foi eleito presidente com 53,7% dos votos.
Ao mesmo tempo em que dedicava sua vitória a “todos os revolucionários do mundo”, Morales convocou todos os governadores de oposição a ele “a trabalhar em conjunto” para unir o projeto de constituição aos estatutos de autonomia promovidos por quatro Estados bolivianos e ato aberto de rebeldia contra o governo central.
Além de Morales, também se declararam vencedores os governadores das quatro regiões rebeldes. Rubén Costas, governador de Santa Cruz e baluarte da oposição, qualificou sua vitória como “uma derrota imposta ao centralismo” e anunciou que sua região criará uma força policial própria e convocará eleições para constituir um Parlamento regional.