O presidente da Bolívia, Evo Morales, assumiu seu novo mandato de cinco anos hoje, numa cerimônia que contou com a participação de colegas de esquerda latino-americanos, incluindo o presidente venezuelano Hugo Chávez.

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Morales, de 50 anos, assumiu o novo mandato com poderes quase ilimitados depois de ter alterado, no ano passado, a Constituição da Bolívia para derrubar o limite de um mandato presidencial.

No dia 6 de dezembro ele conquistou facilmente a reeleição contra o ex-governador de Cochabamba, o conservador Manfred Reyes Villa, que fugiu para os Estados Unidos temendo as ameaças de Morales de colocá-lo na cadeia por suposta evasão fiscal.

Desde que chegou ao poder em janeiro de 2006, o primeiro chefe de Estado indígena da Bolívia, ex-produtor de coca e líder sindical, tem cada vez mais aumentado seu controle sobre o país.

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Segundo os passos de Chávez e apoiado pela maioria indígena boliviana, ele nacionalizou importantes indústrias e introduziu o que chama de “revolução” socialista.

Nesse caminho, Morales colocou de lado a desunida oposição conservadora das terras baixas do leste do país, que não conseguiu impedir seu controle sobre as reservas de gás da região e realizou reformas agrárias que deram mais autonomia às comunidades indígenas.

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Como Chávez, ele também usou forte retórica antiamericana e expulsou o embaixador dos Estados Unidos e funcionários da agência antidrogas norte-americana do país.

Sua posse também contou com a participação dos presidentes Rafael Correa, do Equador; Fernando Lugo, do Paraguai; e Michele Bachelet, do Chile.

Uma graduada funcionária do Departamento de Estado norte-americano responsável por assuntos internacionais, Maria Otero, também esteve presente.

Com sua mão esquerda erguida e sua mão direita sobre o coração, Morales prometeu governar “pelo país e pelo povo” antes de receber a medalha e a faixa presidencial.

Chávez, que chegou a La Paz na manhã desta sexta-feira para a cerimônia, disse que a reeleição de Morales “é um exemplo do povo da América Latina acordando do que o presidente Rafael Correa chamou de longa noite neoliberal”.

Morales deve assumir oficialmente seu novo mandato à meia-noite (horário local, 2h de sábado em Brasília). Ontem, ele participou de uma cerimônia indígena para também tornar-se o líder espiritual dos ameríndios bolivianos.

As informações são da Dow Jones.