Enfurecidos com a poluição provocada por uma fábrica, moradores de uma vila do sudoeste da China quebraram equipamentos e escritórios da empresa e, posteriormente entraram em confronto com a polícia, o que mostra o aumento das preocupações com o meio ambiente no país.
Os moradores de Baha, vila da província de Yunnan, disseram nesta quarta-feira que a polícia estava detendo pessoas envolvidas nos confrontos de sexta-feira. Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, a polícia identificou 16 suspeitos.
Três moradores contatados por telefone disseram que estão cada vez mais irritados com uma metalúrgica local que vem emitindo fumaça preta e jogando água suja com resíduos na área rural.
Quando a direção da fábrica se recusou a se reunir com os moradores na semana passada, eles quebraram carros, equipamentos de escritório e dormitórios, disseram Nong Dingting e Huang Liangzheng, dois dos moradores.
“Vivemos com a presença da fábrica há 14 anos e convivemos com o pó quase todos os dias. Não podemos vender nosso arroz nem outros produtos agrícolas”, afirmou Huang. “Precisamos viver.”
A polícia ordenou que os moradores que participaram do ataque se rendessem, informou a Xinhua. Huang afirmou que estava a caminho da delegacia. “Eu sou uma dessas pessoas que eles estão procurando e não tenho nada a temer”, declarou.
Protestos por causa de questões ambientais acontecem com frequência cada vez maior na China. As pessoas têm se tornado mais críticas com a poluição do ar, do solo e dos cursos d’água após décadas de desenvolvimento industrial no país.
A maioria dos protestos acontece na desenvolvida região costeira, refletindo a pesada poluição da região assim como as exigências dos cidadãos mais ricos. Mas esta última ação aconteceu numa área rural, o que mostra como as preocupações ambientais se espalharam pelo interior do país.
A capital de Yunnan, Kunming, foi palco de um grande protesto no ano passado contra a instalação de uma refinaria de petróleo. Os protestos foram pacíficos, embora tenha havido pequenos confrontos com a polícia. Fonte: Associated Press.