O primeiro-ministro designado da Itália, Mario Monti, disse nesta terça-feira que apresentará seu gabinete de governo ao presidente italiano Giorgio Napolitano na manhã de quarta-feira. Monti não revelou sua lista de ministros e também nenhum conteúdo de um possível plano de governo até 2013, mas afirmou que tudo já está bem detalhado.
Ex-comissário europeu e economista, Monti gastou a terça-feira em reuniões com caciques políticos italianos. O Partido do Povo da Liberdade (PDL), do ex-premiê Silvio Berlusconi, apoiará um governo de emergência de Monti, bem como o Partido Democrático (PD), o principal e maior da centro-esquerda italiana.
Monti afirmou que algumas das medidas que ele discutiu com os políticos durante esta terça “não são agradáveis” mas poderão ser adotadas como parte de um plano mais amplo para recuperar a economia italiana, a terceira maior da zona do euro.
Monti também se reuniu hoje com líderes empresariais, sindicalistas e lobbies da indústria italiana. Segundo ele, todos estão “abertos a sacrifícios parciais” para o bem comum da Itália, que ameaça ser arrastada pela crise da dívida.
Enquanto um imposto sobre os mais ricos poderá não ser tão efetivo quanto muitos dos seus defensores acreditam, a lógica é que “seria visto como um imposto sobre os ricos, o que o tornaria mais socialmente aceito pelos contribuintes de renda menor, que serão afetados por cortes de gastos do governo”, disse o economista Luigi Speranza, do banco BNP Paribas.
Muitos economistas esperam que Monti tente mudar rapidamente o sistema previdenciário italiano, cortando benefícios para trabalhadores que estão perto da idade da aposentadoria.
Na semana passada, Napolitano nomeou Monti senador vitalício e abriu caminho para que o economista lidere um novo governo, após a queda de Berlusconi. Monti insiste que já possui uma ampla maioria parlamentar para governar.
Ele recebeu nesta terça-feira vários sinais de apoio político dos senadores e deputados, embora a maioria dos partidos tenha dito que não deseja participar do governo, que deverá durar até 2013, quando ocorrerão eleições.
Monti disse estar confiante de que a Itália irá “superar” a crise atual.
As informações são da Dow Jones.