As moléculas que incidem no humor estão conectadas com a duração da vida, segundo demonstra uma pesquisa realizada nos Estados Unidos pela italiana Maria De Luca e publicada na revista especializada “Nature Genetics”.
O estudo foi realizado em um inseto, “Drosophila melanogaster“, muito popular nos laboratórios de estudos de genética, onde é utilizado como modelo para o estudo de organismos muito mais complexos, e sobre o qual se realizaram os primeiros estudos sobre os genes da longevidade.
O trabalho da bióloga celular Maria De Luca, da Universidade da Calábria, foi realizado em colaboração com um grupo de especialistas da Universidade do Alabama (Estados Unidos) liderados por Trudy McKay e com o Instituto de Genética Molecular da Academia Russa de Ciências de Moscou.
Pela primeira vez, uma pesquisa demonstra como genes envolvidos no controle de funções complexas, como o humor, desempenham papel importante na longevidade.
Essa hipótese já havia sido sugerida por alguns estudos, dos quais surgia uma ligação entre a duração da vida e funções muito antigas e bem conservadas na história da evolução, como o metabolismo e o estresse.
O novo estudo demonstrou que a longevidade depende também da atividade da enzima “dopa decarbossilase” (DDC), que favorece a produção, no cérebro, de dopamina e serotonina, substâncias neurotransmissoras que colocam as células nervosas em comunicação, determinando condutas muito complexas, como as relativas à reprodução, a agressividade, a aprendizagem e a memória.
Essas mesmas substâncias regulam também funções biológicas fundamentais, como a fertilidade e a alternância de sono e vigília.
Dos novos dados obtidos por essa pesquisa, segundo os cientistas, resulta que uma variação na síntese de dopamina ou serotonina pode ser considerada “um fator que contribui para a variação natural da duração da vida”.
