A Coreia do Norte libertou o missionário norte-americano Robert Park, de 28 anos, que havia sido preso há seis semanas após cruzar a fronteira do país no Natal para protestar contra a supressão religiosa no regime norte-coreano. Em dezembro, Park partiu da China e cruzou o rio Tumen em direção à Coreia do Norte carregando cartas com pedidos para que o líder norte-coreano, Kim Jong Il, fechasse prisões e renunciasse ao poder. O governo do país não divulgou nenhuma informação sobre o missionário durante os 43 dias em que ele permaneceu sob custódia e anunciou ontem que ele seria libertado.
Segundo a agência de notícias oficial da Coreia do Norte, o governo “decidiu por leniência perdoar e libertar Park, levando em consideração sua confissão e arrependimento honestos”. Ainda segundo a agência, o missionário admitiu estar envergonhado de sua visão parcial do regime norte-coreano e disse estar convencido de que “há completa liberdade religiosa para todas as pessoas em todo o lugar” da Coreia do Norte.
“Eu não teria cometido tal crime se soubesse que (o país) respeita os direitos de todas as pessoas e lhes garante liberdade”, afirmou Park, de acordo com a agência. Ao chegar ao aeroporto de Pequim, o missionário, acompanhado de autoridades consulares, não quis responder às perguntas de repórteres sobre se teria sido forçado a fazer essas afirmações. Ele já embarcou em um avião para os EUA.
A constituição da Coreia do Norte garante liberdade de religião, mas o governo restringe cerimônias religiosas, permitindo-as apenas em igrejas autorizadas. Pessoas que fugiram do país dizem que realizar cerimônias religiosas clandestinas e distribuir Bíblias podem resultar em prisão ou execução. A Coreia do Norte possui cerca de 154 mil prisioneiros políticos em seis prisões do país, de acordo com informações do governo da Coreia do Sul.