Uma equipe de investigadores australianos disse, nesta quinta-feira, 24, que o voo MH17 da Malaysia Airlines que caiu em 2014 foi derrubado por um míssil Buk lançado a partir uma unidade militar russa. Este é o elo mais forte já divulgado sobre o envolvimento de militares russos com um ataque de mísseis que culminou em mortes.

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Os investigadores afirmaram que suas descobertas foram apresentadas a Moscou, mas ainda não receberam respostas. A equipe encarregada pediu ajuda a testemunhas que possam falar sobre o possível envolvimento da 53ª Brigada de mísseis antiaéreos, localizada na cidade de Kursk, região oeste da Rússia.

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Segundo o procurador Fred Westerbeke, a conclusão leva a outras questões, como o quão envolvida na queda do avião a brigada russa esteve. O governo russo sempre negou envolvimento na derrubada do jato.

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Westerbeke acrescentou que seu time não está pronto para apontar suspeitos, mas ressaltou que a investigação está em sua fase final. “Não é possível dizer [quais são os suspeitos] no momento, porque ainda há muito trabalho a fazer.”

O Boeing 777 partiu de Amsterdã, com destino a Kuala Lumpur, na Malásia. Ele foi alvejado enquanto sobrevoava a Ucrânia no dia 17 de julho. Todos os 298 passageiros e tripulantes morreram.

Em 2016, os promotores disseram que a aeronave foi abatida por um míssil Buk 9M38, disparado de um território controlado por rebeldes apoiados pela Rússia, e utilizando um lançador móvel russo. Nas informações apresentadas hoje, a investigação apontou a unidade exata que está supostamente envolvida no caso, além de mais detalhes sobre o foguete e uma compilação de vídeos e fotos traçando a jornada do comboio.

Os investigadores também exibiram partes do revestimento do motor e do sistema de exaustão de um míssil Buk 9M38, recuperado na região leste da Ucrânia, e fotos do número de série único do míssil. Segundo a equipe, há também fotos que evidenciam a jornada do comboio da Rússia até a Ucrânia e identificam o sistema de lançamento utilizado.

O número de série do míssil exibido deu à equipe uma dica de onde ele foi produzido, mas os investigadores disseram que não é possível afirmar com certeza de que este foi o míssil utilizado para derrubar o voo MH17. A equipe pediu que testemunhas apresentassem mais informações sobre o armamento.

“Todas as descobertas desta investigação forense confirmam a conclusão anterior de que o voo MH17 foi abatido pelo míssil de série 9M38”, disse Jennifer Hust, da Polícia Federal Australiana.

Em declaração por escrito, a ministra das Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, demonstrou preocupação com as conclusões da investigação. “Que uma arma sofisticada pertencente ao exército russo tenha sido despachada e utilizada para abater uma aeronave civil deve ser de grave preocupação internacional. Estamos discutindo essas descobertas com nossos parceiros e considerando nossas opções.”

Em última análise, quaisquer suspeitos identificados e acusados serão processados pelos tribunais da Holanda, local de origem do voo. Das 298 pessoas mortas de 30 nacionalidades diferentes, 196 eram holandesas, 42 eram malaias e 27 eram australianas.

O ministro holandês das Relações Exteriores, Stef Blok, recebeu as descobertas de maneira positiva. “Essa é uma peça importante do quebra-cabeça. Estou muito impressionado com a evidência que foi coletada”, afirmou