O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, informou que há necessidade imediata de mais 800 militares para reforçar a missão de Paz da ONU no Haiti. O reforço deveria incluir ainda entre 300 e 400 policiais, segundo o ministro. Este contingente somaria aos 6.000 militares e 2.000 policiais de várias nacionalidades que já atuam no país. Amorim não informou quantos brasileiros poderão ser enviados como reforço e disse que o assunto ainda está em discussão.
Segundo o chanceler, o cálculo da necessidade de mais militares e policiais é da Secretaria Geral da ONU. O primeiro reforço deverá ser de militares da República Dominicana, vizinha ao Haiti. “Na área militar, o oferecimento que já existe é o da República Dominicana. Um dos grandes problemas são os comboios que partem de lá para Porto Príncipe (capital do Haiti), e que precisam de apoio militar”, afirmou o ministro.
Amorim negou que haja desentendimento entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos sobre a coordenação de auxílio internacional ao Haiti. Reiterou, no entanto, que o comando da segurança é da Missão da ONU, comandada pelo general brasileiro Floriano Peixoto Vieira. Amorim disse não ter dificuldade de diálogo com a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton. “Eu disse inclusive à secretária de Estado que o general brasileiro é o Brasil, mas também é as Nações Unidas, que legitimam todas estas ações no que diz respeito à segurança”, disse o chanceler.
O ministro lamentou a onda de violência que se espalha por Porto Príncipe, com a ação de líderes de gangues que estavam presos e fugiram depois do terremoto. “Um terremoto desta natureza é um retrocesso, mas podemos aprender com as lições dos últimos cinco anos de missão no Haiti”, afirmou.
Amorim esteve no Palácio da Cidade, no Rio, para uma conversa com o prefeito da capital Eduardo Paes sobre a organização de uma série de eventos internacionais que acontecerão na cidade a partir deste ano.