Missão da OEA visita local de ação militar colombiana na fronteira do Equador

Brasília – A comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que investiga a ação militar da Colômbia em território do Equador estiveram nesta segunda-feira (10) na região próxima à fronteira entre os dois países, para verificar pessoalmente os danos ocasionados pelo ataque ao acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Segundo dados do governo do Equador, 24 pessoas foram mortas na operação do dia 1º.

Coordenada pelo secretário-geral da OEA, Jose Miguel Insulza, e integrada também por embaixadores do Brasil, Peru, Argentina e Panamá, a comissão esteve no domingo (9) em Quito, onde ouviu a versão do governo equatoriano. Lá, reuniram-se com o presidente Rafael Correa e com os ministros de Relações Exteriores, de Defesa e de Política Interna e Externa. O presidente da Assembléia Nacional Constituinte, Alberto Acosta, também participou do encontro.

Segundo informações da Presidência do Equador, a reunião foi interrompida a pedido de Insulza, para que os embaixadores seguissem até o hospital militar de Quito, a fim de conversar com sobreviventes ainda internados. Depois disso, a reunião de trabalho foi retomada com a presença de representantes de organismos de defesa dos direitos humanos e da sociedade civil.

Ao final do encontro, em entrevista coletiva à imprensa, o secretário-geral da OEA disse que o objetivo da comissão é "esclarecer os fatos que ainda não estão claros e propor os mecanismos necessários? para que não se repitam operações como a colombiana. Segundo Insulza, cabe à OEA manifestar-se do ponto de vista do direito interamericano.

Apesar da paz aparentemente selada durante a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Grupo do Rio, na última sexta-feira (7), em Santo Domingo, o Equador ainda não anunciou, oficialmente, se reatou relações diplomáticas com a Colômbia ? as relações foram rompidas no dia 3. De acordo com a OEA, na reunião de ontem Correa disse aos diplomatas que a tensão política com a Colômbia foi superada, mas pediu que a comissão cumpra a missão de determinar como ocorreu o ataque militar, ?em respeito à história e pela imperiosa necessidade de fortalecer a normativa internacional que trata da relação entre os Estados?.

Hoje à noite, a comissão de investigação irá para Bogotá, a fim de ouvir explicações do governo colombiano. O resultado da apuração será apresentado ao Conselho de Chanceleres da OEA no próximo dia 17, em Washington.

A comissão foi criada por sugestão do Brasil, devido às diferentes versões sobre o ataque colombiano. E também é integrada pelo presidente do Conselho Permanente da OEA, embaixador Cornelius Smith (Bahamas), pelo secretário de Assuntos Legais e pelo diretor de Sustentabilidade Democrática do órgão. O grupo viaja em avião da Força Aérea Brasileira.

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