Informações de que a França confirmou o uso de gás sarin na Síria deu início a discussões às margens da reunião dos ministros de Defesa dos países que compõem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), realizada em Bruxelas, mas a aliança ainda se recusa a ter um plano de contingência para operações no país.

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Os países da Otan não querem entrar de forma coletiva numa longa guerra civil. Em vez disso, as nações estão tomando decisões individuais sobre como ajudar os rebeldes que tentam derrubar o regime do presidente Bashar Assad.

Mas embora o anúncio da França sobre a obtenção de provas do uso de armas químicas não seja o principal foco das discussões, o tema tem sido discutido durante reuniões entre os ministros, segundo um funcionário do governo norte-americano.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, reuniu-se com os ministros britânico e canadense na noite de terça-feira, quando a questão síria foi discutida, segundo uma fonte do governo norte-americano, que falou em condição de anonimato. Segundo a fonte, os ministros decidiram continuar monitorando a situação, mas ainda não decidiram a respeito de qualquer ação específica.

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Autoridades da Otan afirmam que, embora estejam preocupados com a situação na Síria, praticamente não existe a possibilidade de a aliança se envolver no confronto.

“Recebemos ordens para não fazer planos neste nível”, declarou o general Philip Breedlove, da Força Aérea dos Estados Unidos e principal comandante da Otan no início da reunião, que terá duração de dois dias. Ele disse também que a aliança já agiu para defender a Turquia ao instalar baterias de mísseis Patriot no território turco.

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“Já nos certificamos que estamos bem posicionados para executar a defesa de um aliado, mas não faremos planos além desse ponto”, disse Breedlove, até que receba ordens formais do órgão diretivo da Otan, o Conselho do Atlântico Norte.

Na terça-feira, o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse que testes realizados por um laboratório francês confirmaram o uso de gás sarin em várias ocasiões e pelo menos uma vez pelas forças do governo sírio e seus aliados.

Nesta quarta-feira, foi a vez do Reino Unido fazer a afirmação, dizendo que amostras biológicas colhidas na Síria deram positivo para o gás sarin e que há cada vez mais informações indicando que o regime usou armas químicas. “O material coletado em território sírio deu positivo para o sarin”, disse um porta-voz do governo.

“Há uma crescente quantidade de informações, limitadas mas persuasivas, indicando que o regime usou e continua usando armas químicas, dentre elas o sarin.”

“O espaço para dúvidas continua a diminuir e isso é extremamente preocupante. O uso de armas químicas é um crime de guerra. Assad deve permitir o acesso imediato e irrestrito de um grupo de investigadores da ONU.” Fontes: Associated Press e Dow Jones.