Damasco, 20/01/2013 – O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, rejeitou a ideia de uma possível deposição do presidente Bashar Assad. Em entrevista à TV estatal, ele afirmou que os que exigem o afastamento de Assad querem somente derramamento de sangue no país. Na noite de sábado, Muallem destacou que os EUA e a Rússia foram incapazes de chegar a um acordo sobre a Síria “porque não concordam sobre o significado de um ‘período de transição'”.

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“Os EUA continuam encarando a saída do presidente como uma condição para a mudança no regime, ignorando o fato de que o capitão de um navio emborcado não saltará no primeiro barco”, afirmou. “Enquanto os americanos e outros conspiradores, incluindo sírios, apegam-se a essa condição, isso significa que eles querem a continuidade da violência e a destruição da Síria.” Segundo Muallem, apenas o povo sírio pode decidir “por meio de sua escolha nas urnas” o destino de Assad.

A oposição na Síria tem insistido na partida do líder como um pré-requisito de qualquer negociação para resolver o conflito de 22 meses que deixou mais de 60 mil mortos, segundo dados das Nações Unidas.

Muallem também atacou o enviado de paz da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, por “adotar uma posição que representa os Estados Unidos e o Golfo, conspirando contra a Síria”.

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Integrantes da Coalizão Nacional Síria, que reúne diferentes opositores ao regime sírio, se encontraram no domingo em Istambul, na Turquia, em uma tentativa de nomear um primeiro-ministro no exílio.

A coalizão discutia a ideia de um governo no exílio, mas surgiram diferenças entre os membros do grupo, incluindo sobre quem deve liderar o novo executivo, disse uma das autoridades da coalizão. “Foi feita uma proposta para nomear Riad Hijab, mas ela foi alvo de muitas críticas”, ressaltou, sob condição de anonimato.

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Hijab atuou como primeiro-ministro do governo Assad, mas desertou em agosto do ano passado e, desde então, tem trabalhado em estreita colaboração com os dirigentes turcos para ajudar a reestruturar a fragmentada oposição síria. As informações são da Dow Jones.