O ministro de Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moallem, disse nesta sexta-feira que seu país está preparado para implementar um cessar-fogo na cidade de Alepo e para a troca de prisioneiros com as forças opositoras do país, como medidas de construção de confiança antes da conferência de paz que acontece na semana que vem, na Suíça.
Al-Moallem falou aos jornalistas a respeito do plano de cessar-fogo após uma reunião em Moscou com seu homólogo russo, Sergey Lavrov. O ministro sírio não divulgou detalhes do plano, que vai conter “medidas para reforçar a segurança” em Alepo, cidade localizada a 310 quilômetros da capital da Síria.
“Como resultado de nossa confiança na posição russa e em seu papel para interromper o derramamento de sangue sírio, hoje eu apresentei ao ministro Lavrov o plano para arranjos de segurança que têm a ver com a cidade de Alepo”, disse al-Moallem. “Eu pedi a ele que faça os preparativos necessários para garantir sua implementação e especificar o horário do início para o fim das operações militares.”
Al-Moallem disse que se os esforços de Lavrov derem certo, o projeto de cessar-fogo pode ser usado como um modelo para outras partes da Síria, onde o conflito entre o governo do presidente Bashar Assad e forças da oposição já deixaram mais de 100 mil mortos.
A reunião entre representantes russos e sírios foi parte de uma ação diplomática em antecipação à conferência de paz, chamada Genebra 2, que começa na quarta-feira em Montreux. Na quinta-feira, Lavrov reuniu-se com o ministro de Relações Exteriores do Irã, o aliado regional mais leal da Síria. Lavrov pediu ao Ocidente que convide o Irã para participar do encontro da semana que vem.
Mas as perspectivas para a reunião, a primeira entre governo e rebeldes sírios desde o início do conflito, não são muito boas, já que nenhum dos lados demonstra inclinação para assumir compromissos.
As declarações de Al-Moallem foram feitas no mesmo dia em que o principal grupo opositor apoiado pelo Ocidente, a Coalizão Nacional Síria, se reunirá em Istambul para decidir se vai ou não participar das negociações de paz.
A coalizão continua inflexível em estabelecer a saída de Assad do governo como condição para um acordo. As declarações de Al-Moallem em Moscou parecem ter sido uma tentativa de persuadir o grupo a participar das negociações. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.