O ministro de Relações Exteriores do governo de facto de Honduras, Carlos López, afirmou que nenhuma das três propostas apresentadas na sexta-feira pelo mediador da crise política no país incluía anistia para o presidente deposto Manuel Zelaya, nem o retorno dele ao poder. A crise em Honduras começou com o golpe militar que derrubou Zelaya, em 28 de junho. López não explicou quais eram as propostas feitas pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que atua como mediador no impasse. O governo golpista, encabeçado por Roberto Micheletti, recusa-se sobretudo a permitir a volta de Zelaya ao poder.
Na semana passada, um enviado de Micheletti disse, nos Estados Unidos, que havia uma proposta que incluía a renúncia de Micheletti e uma anistia para Zelaya se ele desistisse de retomar o cargo de presidente. López afirmou que nos EUA ocorreram apenas conversas, sem nenhuma conclusão. Hoje Zelaya deve ir até a sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tratar do tema com funcionários da entidade.
Simpatizantes do governo deposto realizam protestos diários em Tegucigalpa, exigindo o retorno do presidente. Em entrevista ontem, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, considerou difícil o eventual retorno de Zelaya, pois “já começou a campanha eleitoral, virão as eleições e logo virou a página”. Partidários de Zelaya arrancaram propagandas dos candidatos presidenciais Elvin Santos, do governista Partido Liberal, que era também a sigla de Zelaya, e de Porfirio Lobo, do opositor Partido Nacional. A eleição está marcada para 29 de novembro.