O ministro do Interior da França, Brice Hortefeux, foi condenado hoje por ter feito comentários racistas e obrigado a pagar uma indenização, numa controvérsia que resultou em pedidos para sua renúncia, ignorados por seu chefe e amigo, o presidente Nicolas Sarkozy.

continua após a publicidade

O advogado de Hortefeux disse que ele vai apelar da sentença do tribunal de Paris por “insultos privados de natureza racial”. Ele foi multado em ? 750 (US$ 900) e condenado a pagar mais ? 2 mil (US$ 2.400) a um grupo antirracismo. Hortefeux foi pego por uma câmera no ano passado pronunciando o que soou como declarações contra os árabes. Ele insiste que suas palavras foram inocentes e mal interpretadas.

O episódio tem sido complicado para Hortefeux, ex-ministro de Imigração, num país onde as tensões entre jovens minorias e a polícia ocasionalmente acabam em violência. Ele tem feito pressão para manter à distância e expulsar imigrantes ilegais.

Vídeo

continua após a publicidade

Um vídeo que circula na internet mostra Hortefeux num evento do partido governista União por um Movimento Popular (UMP), em setembro do ano passado no sul da França, tirando uma fotografia com um jovem integrante do partido de origem norte-africana. Ouve-se a voz de uma mulher dizendo “é nosso pequeno árabe” e Hortefeux diz “nós sempre precisamos de um. Quando há um, tudo bem. Quando há muitos deles é que há problemas”.

O escritório de Hortefeux declarou mais tarde que as palavras foram uma referência às muitas fotografias tiradas no evento. O incidente ocorreu pouco depois de Hortefeux ter suspendido um importante funcionário regional por comentários racistas.

continua após a publicidade

O comentário de Hortefeux é “incontestavelmente racista, senão de desprezo às pessoas interessadas”, disse o tribunal em sua sentença, hoje, acrescentando que a linguagem corporal do ministro mostra que ele “não queria ser ouvido pelos outros além de seu círculo de amigos”. O advogado do grupo antirracismo MRAP, Pierre Mairat, saudou a sentença. “São declarações inadmissíveis.”