O ministro do Interior do Paraguai, Rafael Filizzola, qualificou nesta terça-feira (27) como “traidor” o general da reserva Lino Oviedo, líder do opositor partido Unace, por “votar sistematicamente contra todos os projetos do Poder Executivo”. Filizzola acusou o militar reformado por não respeitar um acordo com as forças da situação.
“Oviedo é um traidor porque, quando se preparava a eleição de autoridades do Congresso em julho passado, o presidente (Fernando) Lugo fechou com a Unace uma aliança, permitindo a nomeação do legislador Enrique Gonzales como presidente do Senado”, recordou o ministro. “Mas logo (os legisladores da sigla de Oviedo) começaram a votar contra todos os projetos do Executivo.”
Oviedo não ocupa nenhum posto no Legislativo, porém os deputados e senadores de seu partido obedecem estritamente suas indicações.
Na quinta-feira, o governo criticou os membros do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), também da situação. O motivo foi que a ausência de legisladores liberais impediu a realização de uma sessão na Casa. Na ocasião, Lugo queria que fosse aprovado um aliado como o nono membro da Corte Suprema de Justiça.
Lugo acusou em setembro de 2008 Oviedo por tramar um suposto golpe junto com o ex-presidente Nicanor Duarte e o procurador-geral Rubén Candia, entre outros. Oviedo negou qualquer intenção nesse sentido e pediu que Lugo se desculpasse pela acusação.
Filizzola disse que o presidente “não pedirá desculpas”, porque houve uma “reunião de conspiração” na qual houve “atitude golpista”.
O ex-bispo católico não conta com maioria própria no Parlamento. Após quase seis meses no poder, Lugo não consegue aprovar seus projetos de desenvolvimento social e combate à pobreza.
