O ministro do Comércio da Islândia, Bjorgvin Sigurdsson, renunciou neste domingo, citando a pressão causada pelo colapso econômico do país. Sigurdsson disse que abandonou o cargo e demitiu o chefe do órgão de supervisão financeira da Islândia.
A renúncia de Sigurdsson ocorre dois dias depois de o primeiro-ministro do país, Geir Haarde, marcar eleições nacionais e anunciar que não vai se candidatar. As novas eleições, marcadas para 9 de maio, se seguem a protestos diários contra o modo como o governo islandês tratou a crise econômica, gerada pelo colapso dos bancos do país pressionados por enormes dívidas acumuladas durante anos de rápida expansão.
A inflação e o desemprego cresceram fortemente na Islândia e a moeda local, a coroa islandesa, perdeu valor rapidamente.
O governo de Haarde nacionalizou bancos e negociou cerca de US$ 10 bilhões em empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de certos países. No entanto, o país enfrenta uma fatura que pode atingir bilhões de dólares para pagamento de centenas de europeus que tinham contas em subsidiárias dos falidos bancos islandeses.
Na sexta-feira, Haarde afirmou que não vai liderar o partido Independência nas novas eleições porque descobriu um tumor maligno na garganta. O primeiro-ministro disse que vai viajar para a Holanda em breve para fazer um tratamento. O ministro da Educação, Thorgerdur Katrin Gunnarsdottir, vai atuar como primeiro-ministro interino durante a ausência de Haarde.
Ontem, centenas de pessoas se reuniram para protestar contra o governo na frente da sede do Parlamento, na 16ª semana consecutiva de manifestações para criticar as atitudes do governo diante da crise econômica. Os manifestantes exigiram que o governo de coalizão de Haarde renuncie imediatamente e pediram mudanças na diretoria do banco central do país e dos órgãos reguladores financeiros.