O Ministério da Saúde da Argentina causou surpresa na noite de terça-feira ao anunciar uma flexibilização sem precedentes para a possibilidade de serem feitos abortos em hospitais públicos federais em todo o país. Ontem, porém, o ministro da Saúde, Juan Manzur, negou que tivesse assinado alguma resolução nesse sentido. Durante as poucas horas até o desmentido, a suposta decisão provocou polêmica. A lei atual da Argentina só permite aborto em casos de estupros de mulheres com problemas mentais.
Organizações não-governamentais (ONGs) e alguns parlamentares elogiaram a medida, enquanto alguns partidos e setores ligados à Igreja Católica reclamaram. Segundo o Ministério da Saúde, 600 mil abortos clandestinos são feitos anualmente no país. Isso equivale a um aborto a cada bebê que nasce na Argentina por ano. As estatísticas indicam que 80 mil mulheres são hospitalizadas por problemas decorrentes de abortos mal realizados.