O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble fez um alerta ao próximo governo dos Estados Unidos, afirmando que este precisa ser um aliado do livre comércio e atentar para os riscos impostos por uma Rússia mais assertiva, que busca minar as democracias do Ocidente.

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Em entrevista ao Wall Street Journal, Schäuble, um dos políticos mais influentes da Alemanha, afirmou que pretende trabalhar “da forma mais construtiva possível” com o governo de Donald Trump. Ele salientou, no entanto, que seria um erro perseguir políticas econômicas nacionalistas e minimizar a ameaça russa.

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“Todos que buscam o crescimento – e acredito que esse governo será amigável ao crescimento – precisa ser a favor de mercados abertos”, afirmou o dirigente alemão. “O protecionismo pode dar a ele uma vantagem no curto prazo, mas quase sempre é prejudicial no longo prazo”.

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Schäuble deu a entrevista ao WSJ antes da publicação da entrevista de Trump a um jornal britânico, em que este ameaçou montadoras alemães com uma tarifa de 35% sobre carros importados pelos EUA e também sinalizou com a retirada de sanções de Moscou. Seus comentários sublinharam a possibilidade de uma tensão entre os dois governos em questões como comércio e o papel da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O alemão também agradeceu os serviços de inteligência norte-americanos por levantarem a bandeira sobre as atividades de propaganda de Moscou. “Precisamos conter essas tentativas de influenciar (outros países) através da difamação e propagação de notícias falsas”, disse.

Os comentários do ministro das Finanças mostram a preocupação, na Alemanha e em outros países da Europa, de que a Rússia irá trabalhar para fortalecer movimentos anti establishment na França, Holanda e Alemanha, países que realizam eleições este ano.

O novo presidente dos Estados Unidos, que toma posse na sexta-feira, afirmou ao jornal alemão Bild e o britânico Times que iria começar dando a mesma confiança para a chancelar Angela Merkel e o presidente Vladimir Putin. Ele também minimizou o relatório da inteligência norte-americana em que esta mostra tentativas de Moscou de influenciar as eleições de novembro. A Rússia nega as tentativas. Fonte: Dow Jones Newswires.