O mais alto diplomata austríaco disse que Ancara pode estar por trás das manifestações turcas em Viena, que acabaram ficando violentas durante o fim de semana, e convocou o embaixador da Turquia para discutir o que ele descreveu como uma guinada rumo ao autoritarismo, na esteira da tentativa de golpe militar no país médio-oriental.

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“Temos indícios de que o pedido pelas manifestações que aconteceram em Viena neste fim de semana veio diretamente da Turquia”, disse o ministro de Relações Exteriores, Sebastian Kurz, em uma rádio austríaca. “isso é naturalmente insustentável e queremos protestar”.

Kurz afirmou que seu país também quer explicações sobre os recentes episódios na Tuquia, e alertou que o país está se movendo em direção a um regime autoritário.

Durante o fim de semana, o caos turco com a tentativa de tomada do poder por parte de um grupo de militares respingou nas ruas europeias, com manifestações contrárias ao golpe que atraíram milhares de pessoas em Viena, Berlim e na Bélgica. Em alguns casos, os protestos ficaram violentos, destacando as antigas tensões dentro da comunidade turca na Europa.

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Em Viena, cerca de 4 mil pessoas foram às ruas entre sexta-feira e sábado para se reunirem em que Kurz descreveu como “manifestações pró-Erdogan”. Um restaurante turco foi depredado por um grupo de manifestantes turcos e houve troca de insultos entre curdos e turcos.

O Ministério de Relações Exteriores da Turquia não respondeu ao pedido de comentários sobre a alegação de Kurz de que Ancara teria incitado apoiadores do presidente turco Recep Tayyip Erdogan a irem às ruas na Áustria.

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Na Alemanha, lar da maior comunidade turca, a polícia disse que houve manifestações pacíficas em pelo menos onze cidades durante o fim de semana. Grupos alemães vinculados ao clérigo exilado Fethullah Gulen, a quem Erdogan acusa de arquitetar o golpe, relataram ameaças e incidentes de vandalismo. Em Colônia, turcos e curdos entraram em confronto.

Até o momento, o Ministério do Interior da Alemanha não possui indícios de que as manifestações foram “incitadas”, segundo um porta-voz. Autoridades de segurança estão monitorando as possíveis implicações domésticas das tensões na Turquia, ainda de acordo com a pasta.

Autoridades ocidentais manifestaram preocupação com a repressão a supostos golpistas pelo governo de Erdogan nos últimos dias, bem como o estado de emergência declarado pelo mandatário ontem, permitindo que o gabinete presidencial ignore o parlamento na formulação de leis e imponha toques de recolher e restrições a reuniões populares.

Mais de 9 mil pessoas foram detidas e dezenas de milhares de militares, funcionários do Judiciário e do serviço civil foram demitidos ou suspensos na tentativa do governo de reprimir golpistas. Fonte: Dow Jones Newswires.