O escritório da ministra das Relações Exteriores da França, Michèle Alliot-Marie, afirmou que ela enviou uma carta pedindo sua demissão ao presidente Nicolas Sarkozy. Alliot-Marie esteve no centro de uma tempestade política após a revelação de que passeou pela Tunísia em dezembro enquanto protestos populares sacudiam o país e de que aceitou carona num avião particular de um empresário tunisiano próximo ao presidente deposto Zine al-Abidine Ben Ali.
Notícias subsequentes sobre Alliot-Marie e as ligações de sua família com o regime de Zine al-Abidine Ben Ali, além da oferta da ministra de que a França poderia oferecer conselhos à Tunísia sobre como controlar as manifestações no país, tornou sua posição no governo francês insustentável.
“Embora eu não sinta que tenha cometido qualquer irregularidade, eu decidi deixar meu trabalho como ministra das Relações Exteriores”, escreveu Alliot-Marie, em sua carta de demissão enviada ao presidente francês, segundo uma cópia do documento que foi vista pela agência de notícias France Presse.
“Durante semanas, eu tenho sido alvo de ataques políticos e nos meios de comunicação, utilizados para criar suspeitas, meias verdades e generalizações”, afirmou. Um porta-voz do gabinete de Sarkozy recusou-se a comentar se o presidente aceitou a demissão da ministra.
Renúncia na Tunísia
O primeiro-ministro da Tunísia, Mohamed Ghannouchi, também anunciou hoje sua renúncia, curvando-se à exigência de manifestantes depois que pelo menos cinco pessoas morreram após uma nova onda de violência no país do Norte da África.
Ghannouchi, de 69 anos, era um antigo aliado do presidente Zine El Abidine Ben Ali e havia prometido guiar o país até que as eleições pudessem ser realizadas, até meados de julho. Ben Ali fugiu do país em 14 de janeiro em meio a protestos. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.