A ministra de Segurança da Argentina, Nilda Garré, foi denunciada ontem por possível desobediência a uma ordem judicial que a obrigava a evitar o bloqueio da gráfica dos jornais Clarín e Olé. O juiz Gastón Polo Oliveira solicitou uma investigação para apurar as responsabilidades da ministra por não ter impedido os sindicalistas que prejudicaram a distribuição das edições dominicais dos diários no dia 27.
O magistrado declarou que Garré “deveria ter adotado as medidas necessárias para a intervenção direta, imediata e acelerada da Polícia Federal ou de outra força de segurança” para dispersar o bloqueio.
O piquete na porta da principal gráfica do Grupo Clarín começou na noite do dia 26 e só terminou por volta das 13 horas do dia seguinte, impedindo a saída de cerca de 600 mil exemplares dos jornais. O bloqueio também atrasou a distribuição do diário La Nación.
Para o juiz, a ministra “não tomou medidas eficazes, nem deu instruções à delegacia da região” para evitar o protesto, que “violou a liberdade de expressão, essencial para o governo democrático”. Oliveira também recusou as alegações de Garré, enviadas por escrito, de que a polícia não interveio porque o promotor de plantão não respondeu ao telefonema da delegacia para autorizar a operação.
O juiz argumentou que uma medida cautelar obtida pelo Grupo Clarín, em janeiro, dispensa qualquer outra formalidade para impedir o bloqueio contra a distribuição das publicações. Segundo o magistrado, a liminar obriga o Ministério de Segurança a tomar todas as providências necessárias para impedir piquetes que comprometam a circulação do Clarín. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.