A ex-ministra de Assuntos Indígenas Margarita Mbywangi se negava neta sexta-feira (19) a deixar o cargo, rechaçando a destituição ordenada pelo presidente do Paraguai, Fernando Lugo. “Enquanto o próprio presidente Lugo não me ligar para explicar por que me separa do cargo não deixarei meu escritório”, afirmou Margarita. “Ninguém me trouxe cópia do decreto de destituição. Além disso, o senador Sixto Pereira, do movimento Tekojojá, a que pertenço, me disse que não saísse do escritório”, afirmou a ministra.

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Atualmente dividido em dois grupos antagônicos, o Tekojojá é a agrupação política de esquerda que lançou a candidatura presidencial de Lugo, em 2006. O movimento tem apenas um representante no Senado e um deputado. O ministro da Educação, Horacio Galeano, anunciou na quinta-feira que a indígena foi destituída, sem divulgar os motivos. Galeano disse que ele mesmo seria o interino no posto, até Lugo convocar um congresso com as 17 etnias do Paraguai para eleger um representante para dirigir o Instituto Nacional de Indigenismo (Indi), ligado à pasta da Educação.

O porta-voz do palácio de Governo, Augusto Dos Santos, confirmou que nas próximas horas se divulgará o decreto da saída de Margarita. Margarita é cacique dos Aché, único grupo que aceita a liderança feminina no país. Historicamente, os Avá Guarani e os Aché são rivais, ainda que na atualidade dividam extensos terrenos no departamento (Estado) de Kanindeyú, 500 quilômetros a nordeste de Assunção.

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