A nomeação ontem do filho caçula do ditador Kim Jong-il como general de quatro estrelas, vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores e um artigo publicado no jornal oficial da Coreia do Norte na segunda-feira indicam que o militarismo continuará a ser ideologia dominante do país, mesmo na hipótese de troca em seu comando.
Na véspera da abertura do primeiro congresso do Partido dos Trabalhadores em 30 anos, o Rodong Sinmun, publicação que é porta-voz do governo, veiculou texto no qual afirma que a Coreia do Norte continuará a ser governada segundo os princípios da primazia do Exército em relação a todos os outros setores da sociedade e de autossuficiência em relação ao mundo exterior.
Sua nomeação como general e vice-presidente da Comissão Militar Central é a mais forte indicação até agora de que Kim Jong-un, de 27 anos, é o escolhido para ser o futuro líder da Coreia do Norte dentro do totalitarismo hereditário criado por seu avô, Kim Il-sung (1912-1994), o fundador e primeiro dirigente do país.
O nome de Kim Jong-un apareceu pela primeira vez na imprensa oficial norte-coreana ontem, no anúncio de sua nomeação como general de quatro estrelas, com outras cinco pessoas, entre elas sua tia Kim Kyong-hui, de 64 anos. Irmã de Kim Jong-il, Kim Kyong-hui é uma poderosa e ativa figura dentro do sistema político da Coreia do Norte e é vista como uma espécie de tutora do sobrinho Kim Jong-un.
Apesar de ser o sucessor escolhido por Kim Jong-il, é pouco provável que Kim Jong-un assuma o controle do país antes da morte de seu pai. A exemplo do que ocorreu com o atual ditador, ele deverá ser nomeado para postos cada vez mais relevantes até chegar ao comando da Coreia do Norte, se tudo correr como planejado por seu pai.