Os líderes militares do Egito pediram desculpas nesta quinta-feira pelas mortes de dezenas de manifestantes pela democracia e se comprometeram a processar os responsáveis, na mais recente tentativa de aplacar os dezenas de milhares de manifestantes que protestam nas ruas para que os generais deixem o poder.
A polícia e manifestantes também concordaram com uma trégua negociada por clérigos muçulmanos, após cinco dias de duros confrontos nas ruas que deixaram quase 40 mortos. Os confrontos começaram no sábado na Praça Tahrir, no centro do Cairo, e foram os mais longos desde o levante de 18 dias que culminou com a derrubada do presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro. O quadro piorou a economia do país e gera temores sobre a segurança, antes das primeiras eleições parlamentares desde a queda da ditadura de Mubarak. A votação deve começar nesta segunda-feira.
O comunicado dos militares é divulgado dois dias após o marechal Hussein Tantawi, chefe do conselho militar que assumiu o controle do país após Mubarak renunciar, prometer em rede nacional realizar eleições na primeira metade do ano que vem, mas não se desculpar pelas mortes.
Soldados usaram barras de metal e arame farpado para separar a polícia e os manifestantes. A trégua começou às 6h (hora local) e havia sido negociada por clérigos muçulmanos no local. “Se qualquer um jogar uma pedrinha, bateremos nele até a morte”, afirmou um jovem, falando a jovens que queriam retomar os confrontos. Outras pessoas pediam calma.
O Ministério da Saúde confirmou 37 mortes desde o sábado. Já o Centro Elnadeem, grupo pelos direitos humanos egípcio conhecido pelo cuidado na pesquisa sobre a violência policial, cita 38 mortes. Os confrontos deixaram pelo menos 2 mil feridos, a maioria por inalar o gás lacrimogêneo ou pelas balas de borracha. A polícia afirma que não usou balas de verdade. As informações são da Associated Press.