O militar uruguaio Manuel Cordero, que foi preso no Brasil após fugir de seu país, será extraditado à Argentina para ser julgado por dois seqüestros realizados no marco do Plano Condor, coordenado pelas ditaduras do Cone Sul, informou o jornal La República.
Trata-se dos casos dos sindicalistas Gerardo Gatti a León Duarte, o primeiro dos quais seqüestrado em junho de 1976 e o segundo, em julho do mesmo ano.
Ambos foram vítimas de seqüestro extorsivo a cargo de militares argentinos e uruguayos, escreveu o jornal.
No marco do seqüestro de Duarte, foi realizado o traslado ilegal de cerca de vinte militantes uruguaios a seu país, em um vôo clandestino da Força Aérea.
Esses uruguaios, sobreviventes do centro de detenção clandestino Automotores Orletti, na Argentina, serão testemunhas no processo contra Cordero, disse a fonte, acrescentando que a extradição foi decidida por Marco Aurelio de Mello.
Cordero também foi requerido pelo juiz penal uruguaio Luis Charles pelo seqüestro de uruguaios em Buenos Aires, e por dois magistrados argentinos, um pelo processo sobre Automotores Orletti e outro pelo seqüestro de crianças.
"De acordo com o Tratado de Extradição vigente no marco dos acordos do Mercosul, o Brasil decidiu outorgar a extradição de Cordero à Argentina porque foi o primeiro país a solicitá-la e só poderá ser julgado por acusações de seqüestro", disse o jornal.