Milhares de pessoas (4.500, segundo o governo) voltaram a se reunir na Praça Netuno, em Madri, sob o slogan “ocupe o Congresso”. O protesto foi organizado pelo grupo 25-S, responsável pela convocação da manifestação que reuniu milhares de pessoas no último dia 25 de setembro, e pedia o fim das medidas de austeridade no país, assim como a renúncia de líderes do governo.
Segundo as autoridades, ainda não foram registrados incidentes. “Renúncia!” e “Democracia!”, pediam os manifestantes em cartazes em meio a uma multidão que gritava que os políticos não lhes representava. A imensa marcha pelo centro da capital espanhola foi acompanhada de perto pela polícia de choque.
“Eu estou aqui por causa dos cortes. Desde que o governo de Mariano Rajoy chegou, há alguns meses, tudo se resume a cortes na saúde, na educação…”, queixou-se Nuria Camacho, 40, ex-funcionária de uma empresa farmacêutica em Madri, que está há três meses desempregada.
Ela também lembrou que seu filho de 20 anos, que estuda filosofia, agora “tem que pagar o dobro” pelo estudo universitário, cujo preço passou de 700 euros para 1.400. “Meus pais vivem com aposentadorias muito baixas e têm que pagar por medicamentos”, ressaltou Camacho. “Temos que ir às ruas todos os dias.”
Com um desemprego que atinge 24,63% da população ativa, o clima de exasperação na Espanha é cada vez mais forte nos últimos meses por causa das medidas de austeridade e o aumento de impostos no país.