Dezenas de milhares de taiwaneses se reuniram neste sábado no centro de Taipei para protestar contra a morte de um soldado de 24 anos punido por trazer um celular não autorizado para a base militar. A manifestação foi a maior até agora na campanha de descontentamento com a morte de Hung Chung-chiu em 3 de julho.
A indignação complica os esforços do exército de Taiwan para transição de um regime de recrutamento obrigatório e voluntário para um completamente voluntário. O jovem morreu após ser forçado a fazer exercícios por vários dias em um calor sufocante. Faltavam apenas três dias para Hung Chung-chiu concluir o serviço obrigatório de 20 meses.
Cerca de 18 oficiais já foram acusados de terem participação no caso. O presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, pediu desculpas e o ministro de Defesa renunciou ao cargo. A ambiciosa transição militar do país deve ser concluída até 2015. Mas mesmo antes da morte do soldado, as metas de recrutamento não estavam sendo alcançadas devido à baixa reputação dos militares entre a sociedade taiwanesa.
Grande parte da desconfiança decorre do papel central que o exército teve em perpetuar o regime de lei marcial que foi desmantelado em 1987. Há também uma percepção generalizada de que a diminuição das tensões com a China destruiu a justificativa para existência do serviço militar.