Dezenas de milhares de sírios se manifestaram nesta segunda-feira em Damasco contra a decisão da Liga Árabe de impor sanções ao regime do presidente Bashar Assad, informou um correspondente da France Presse. “O povo quer Bashar Assad, nós somos o povo de Bashar”, gritava a multidão.
A televisão estatal mostrou os atos favoráveis ao regime e criticou a Liga Árabe, descrevendo-a como “um instrumento pela implantação do plano do Ocidente, da América, contra a Síria”. As sanções votadas no domingo, quando mais 23 pessoas morreram na Síria, afetarão “todos os sírios”, não apenas o regime, segundo a TV estatal. “A Liga Árabe está punindo o povo sírio por suas posições”, afirmou o jornal do partido governista Baath.
Muitas escolas fecharam nesta segunda-feira para permitir que os estudantes pudessem ir às manifestações. A agência estatal Sana afirmou que havia protestos também em Alepo, segunda maior cidade do país, e em Hasake, ambas no norte sírio.
No domingo, a Liga Árabe anunciou duras sanções para punir o regime de Assad pela violenta repressão a protestos pacíficos contra o governo, iniciados em meados de março. As Nações Unidas estimam que mais de 3.500 pessoas tenham morrido na violência. A Síria foi suspensa da Liga Árabe mais cedo neste mês.
Os integrantes do bloco deixarão de lidar com Banco Central da Síria e suspenderão o comércio com o governo de Damasco, exceto de itens alimentícios. Foi solicitado ainda que os bancos centrais árabes monitorem as transferências para a Síria, exceto as remessas de sírios que moram no exterior para as suas famílias.
O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, denunciou as sanções como uma tentativa de “internacionalizar” a crise síria. É a primeira vez que a Liga Árabe emite sanções dessa magnitude contra um de seus membros.
O ministro das Relações Exteriores da França Alain Juppé, disse nesta segunda-feira que “os dias do regime sírio estão contados”. Em entrevista à rádio France Info, Juppé notou que os esforços para impedir mais mortes na Síria estão “indo devagar”. Ele defendeu corredores humanitários na Síria, para que entidades possam levar ajuda às vítimas da violência. As informações são da Dow Jones.