Cerca de 5.000 pessoas tomaram as ruas de Istambul hoje em manifestações contra o governo e a uma possível intervenção da Turquia na Síria.
“O AKP (a legenda do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan) quer a guerra, o povo quer a paz” foi um dos slogans cantados pela multidão.
“Nós não queremos a guerra, nós não queremos que moços morram”, disse Hatice Gokturk, 62, em depoimento à agência Reuters.
Os protestos foram convocados por partidos de oposição e grupos civis, logo após a resolução do parlamento turco autorizando uma intervenção militar do governo.
Ontem, bombas lançadas do território sírio e que atingiram a cidade turca de Akçakale, no sudoeste do país, provocaram a morte de cinco pessoas e geraram uma comoção nacional.
Embora de origem ignorada -a fronteira síria-turca é frequentada tanto por forças leais ao regime de Assad quanto por rebeldes- o Exército turco revidou, com disparos de artilharia durante toda a quarta-feira.
Embora analistas avaliem que a represália turca seja vista com bons olhos pela população civil, uma operação militar de maior escopo não teria o mesmo apoio.
“O povo turco suporta uma ação de caráter limitado, que tem um impacto positivo psicologicamente, mas não eles apoiariam uma operação de larga escala ou a guerra, porque não há legitimidade [para tanto] aos olhos dos turcos”, comentou Nihat Ali Ozcan, analista da área de segurança nacional para o instituto Tepav, situado em Ancara.