Milhares de funcionários públicos na Grécia deram início hoje a um protesto de dois dias contra cortes de empregos que o governo tem feito como parte de seu programa de ajuda com a troica de credores internacionais.
Pelo menos 3 mil pessoas protestaram hoje em Atenas, cantando slogans contra a coalizão do primeiro-ministro conservador Antonis Samaras e a troica, que é formada pela União Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Já na cidade de Thessaloniki, uma manifestação local reuniu 3,5 mil pessoas, segundo a polícia.
Os protestos desta terça-feira, que se seguem a um movimento semelhante na semana passada, interromperam os trabalhos em prédios do governo e deverão afetar também os hospitais públicos. Professores de escolas e universidades estão em greve desde 16 de setembro.
Pelo acordo com a troica, a Grécia se comprometeu a eliminar 4 mil cargos públicos e deslocar 25 mil funcionários públicos até o final do ano.
Ontem, duas das principais instituições acadêmicas da Grécia, a Universidade de Atenas e a Politécnica de Atenas, anunciaram uma paralisação em protesto aos cortes de empregos e disseram que iriam tentar bloquear a medida na Justiça.
A manifestação de hoje ocorre enquanto auditores da troica conduzem uma avaliação programada do progresso de reformas estruturais na Grécia. O desempenho fiscal e as reformas implementadas por Atenas vão determinar a liberação de um novo empréstimo de 1 bilhão de euros (US$ 1,4 bilhão) da troica aos gregos. Segundo reportagens, os credores querem que Atenas acelere o plano de privatizações lançado em 2010.
A Grécia já recebeu da troica dois pacotes de ajuda no total de 240 bilhões de euros. Fonte: Dow Jones Newswires.