Dezenas de milhares de partidários do candidato presidencial derrotado Mir Hossein Mousavi desafiaram proibição do governo do Irã e participaram de um protesto hoje na capital do país contra o resultado das eleições. Segundo fontes locais, os manifestantes, jovens e idosos, alguns com as famílias, marcharam da praça Haft-e Tir, no centro de Teerã, até a praça Vali Asr, em uma demonstração “silenciosa”. Mousavi convocou para amanhã uma grande manifestação na cidade.
Vestindo faixas verdes nos punhos e nas cabeças, com a cor da campanha de Mousavi, os manifestantes, entre os quais trabalhadores de escritórios, carregaram cartazes acusando o presidente reeleito, Mahmoud Ahmadinejad, de ter “roubado” os votos na eleição da sexta-feira passada. Mousavi não participou do protesto, que foi definido como “ilegal” pelo governo iraniano.
“Eleição não é seleção”, constava em uma faixa de protesto, enquanto outros, aparentemente com mensagens à polícia, diziam “Não carregue cassetetes em nome do Islã e dos mártires” e “Ficamos em silêncio, assim o (barulho do) tiro será melhor escutado”. Desde que o resultado das eleições foi anunciado no sábado, Teerã tem sido movimentada por protestos diários contra Ahmadinejad, a maioria conduzidos por partidários de Mousavi, que afirma serem os resultados uma ostensiva fraude.
Sete pessoas já foram mortas e várias ficaram feridas durante os protestos. O Irã proibiu a mídia estrangeira de informar eventos “não autorizados” e reuniões envolvendo partidários de Mousavi, mas a televisão estatal tem mostrado breves resumos das manifestações. As informações são da Dow Jones.