Centenas de milhares de sul-coreanos foram às ruas de Seul neste sábado para pedir a renúncia da presidente Park Geun-hye, que tem sido acusada de permitir que uma confidente de longa data manipule o governo da Coreia do Sul às escondidas.

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A polícia local estima que a manifestação reúne cerca de 220 mil pessoas, enquanto os organizadores falam em 850 mil. É o maior protesto ocorrido na capital sul-coreana desde a sua democratização, há 30 anos. Em junho de 2008, milhares participaram de uma vigília à luz de velas, denunciando a decisão do governo de retomar as importações de carne bovina dos EUA em meio a receios de doenças contagiosas. A polícia estimou 80 mil pessoas e os organizadores, 700 mil.

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Apesar da crescente indignação popular contra a presidente, os partidos de oposição têm resistido a pedir sua saída, em razão de possíveis impactos nas eleições do próximo ano.

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“Eu nunca me interessei por política nem tenho um aparelho de televisão em casa, mas coisas inacreditáveis estão acontecendo e eu saí de casa hoje porque eu não queria me sentir derrotado como um cidadão sul-coreano”,disse Cho Jong-gyu, que levou cerca de 5 horas para deixar a pequena ilha de Geoje e participar da manifestação em Seul. Ele segura um cartaz em que a pede a renúncia da presidente.

Lee Ryeo-hwa, que mora em Seul e trouxe seus três filhos para o protesto, disse que a presidente “criou essa bagunça com seu estilo de liderança não democrático e recusa à comunicação”. “Pessoas disseram que foi uma má ideia trazer meus filhos, mas eu quero que eles lembrem-se de hoje a aprendam que a democracia é feita de participação”, ela disse.

Além de supostamente manipular o poder, a confidente da presidente, Choi Soon-sil, a filha de um intelectual que emergiu como mentor de Park na década de 1970, também é suspeita de explorar seus laços com a presidente para coagir empresas a doar dezenas de milhões de dólares para fundações que ela controla.

Em uma tentativa de estabilizar a situação, Park disse na terça-feira que poderia deixar o Parlamento, controlado pela oposição, escolher seu primeiro ministro. Mas a oposição acredita que suas palavras não têm sentido sem que ela faça promessas específicas sobre as acusações de que ela transfere poderes presidenciais para uma segunda pessoa. Fonte: Associated Press.