Milhares de manifestantes egípcios se reuniram no começo da noite deste domingo, na praça Tahir(Libertação), no centro do Cairo, exigindo a saída do presidente egípcio, Hosni Mubarak. Além de Mohammed ElBaradei, ex-dirigente da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), compareceu à praça um dos líderes da proscrita Irmandade Muçulmana, Essam El-Erian.

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Milhares de soldados estavam nos arredores da praça, mas ElBaradei, que deixou a prisão domiciliar, conseguiu discursar para os manifestantes. Enquanto isso, Mubarak ordenou à polícia que volte às ruas para reprimir os protestos, após dois dias de ausência. Ele também estendeu o toque de recolher nas três cidades mais afetadas pela insurreição no país, Cairo, Alexandria e Suez. O toque de recolher foi estendido das 15h deste domingo até as 8h da manhã da segunda-feira.

“Vocês são os donos desta revolução. Vocês são o futuro”, disse ElBaradei. “Nossa demanda essencial é a partida do regime e o começo de um novo Egito, no qual cada egípcio viva na virtude, com liberdade e dignidade”, disse o líder oposicionista.

ElBaradei afirmou que os Estados Unidos estão perdendo cada vez mais credibilidade no Egito, ao pedirem por democracia no país enquanto continuam a apoiar Mubarak. “Vocês estão perdendo credibilidade a cada dia. De uma parte vocês falam sobre a democracia, império da lei e direitos humanos, a da outra parte vocês ainda dão apoio a um ditador que continua a oprimir o seu povo”, disse ElBaradei à emissora de televisão CBS.

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“Você pode chamar isso uma revolução, um levante, pode chamar isso de qualquer coisa”, disse Essam El-Erian, que estava rumando para a praça, onde se reuniria com outros opositores.

“Nós sacrificaremos nossa alma e nosso sangue pela nação”, gritava a multidão furiosa, formada por milhares de pessoas. O exército cercou a praça, mas não atacou os manifestantes.

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O Coalizão Nacional pela Mudança, uma união de grupos opositores, entre os quais está a Irmandade Muçulmana, acusou ElBaradei no domingo, mais cedo, de negociar com o cambaleante regime de Mubarak.

Os seis dias de protestos no Egito inteiro, contra o regime de Mubarak, que governa desde 1981, já deixaram pelo menos 125 mortos. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.