Meios de comunicação russos informaram nesta sexta-feira que Moscou não enviou ainda os sistemas de defesa de mísseis S-300 para o regime sírio e pode reter a entrega dos armamentos neste ano ou até mesmo indefinidamente.
Na quinta-feira, o presidente Bashar Assad deu a entender que a Rússia há havia enviado parte dos sistemas de defesa. Mas o jornal Vedomosti citou uma fonte da indústria de defesa russa dizendo que, de qualquer modo, não está claro se as armas poderão ser entregues para a Síria neste ano. Já o diário Kommersant citou uma fonte afirmando que a entrega está planejada para acontecer no segundo trimestre de 2014.
A agência de notícias Interfax, por sua vez, citou uma fonte especialista em exportação de armas dizendo que qualquer carregamento de S-300, se acontecer, não será feito “antes do outono” (no hemisfério Norte).
Na quinta-feira, Assad disse em entrevista à emissora de televisão Al-Manar que “todos os acordos com a Rússia serão honrados e alguns já foram honrados recentemente”.
Mas as fontes citadas tanto pelo Kommersant quanto pelo Vedomosti disseram que nenhuma entrega de mísseis foi feita até agora. O contrato foi fechado em 2010 e, segundo do Vedomosti, tem o valor de US$ 1 bilhão.
O Kommersant acrescentou que, após a entrega em 2014, serão necessários no mínimo seis meses para o treinamento de pessoal e testes, antes que o sistema esteja plenamente em funcionamento.
A fonte da Interfax disse que, embora a entrega no outono seja teoricamente possível, “muito vai depender da situação na região e da posição dos países ocidentais na resolução do conflito sírio”.
Já a fonte citada pelo Vedomosti declarou que o embora governo russo afirme publicamente que o contrato será cumprido, isso não significa que as entregas acontecerão algum dia.
Segundo a Interfax, o envio dos sistemas pode ser colocado em espera por tempo indeterminado. A fonte citou o caso dos mísseis russos Iskander, que a Síria queria comprar, anos atrás, mas que Moscou se recusou a entregar.
O sistema de defesa de mísseis russo é visto por analistas como um fator de alta importância militar para Assad no conflito contra os rebeldes, já que o equipamento poderia ser usado para evitar ataques aéreos do Ocidente e de Israel contra alvos do regime.
A reportagem do Kommersant também enfatiza o risco de um terceiro lado, como Israel, tentar destruir os S-300s assim que eles estiverem em território sírio, tendo em vista que especialistas russos estarão presentes no local para assegurar o funcionamento do sistema. As informações são da Dow Jones.