O governo de facto de Honduras estendeu novamente hoje o toque de recolher até as 18 horas, segundo o jornal local “El Heraldo”. Ontem houve confrontos entre forças oficiais e manifestantes em frente à Embaixada do Brasil, onde está desde a segunda-feira o presidente deposto, Manuel Zelaya.

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Apeado do cargo em um golpe militar no dia 28 de junho e expulso do país, Zelaya voltou em segredo a Tegucigalpa, capital de Honduras, e se refugiou na Embaixada do Brasil. Ontem, a ação policial para dispersar os aliados do líder deposto deixou 18 feridos e resultou em 174 prisões, segundo o “La Prensa”, outro jornal hondurenho.

Militares também participaram da dispersão dos manifestantes, mas o presidente de facto, Roberto Micheletti, negou que possa haver invasão da embaixada. “Não vamos fazer absolutamente nada que possa nos confrontar com um país irmão”, disse. Ele ressaltou, porém, que o Brasil “entenda que ou dá asilo político ou entrega Zelaya às autoridades hondurenhas”.

Deposição

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O presidente foi deposto no momento em que pressionava por um referendo a fim de reformar a Constituição. O Judiciário, o Parlamento e a oposição, porém, denunciaram a medida como inconstitucional, afirmando que ele buscava apenas conseguir um novo mandato com um ato ilegal. Com o golpe militar, Micheletti, presidente do Parlamento, tornou-se presidente de facto, mas o novo governo não obteve reconhecimento internacional.

As eleições presidenciais hondurenhas estão marcadas para 29 de novembro. Muitos países e organizações, porém, afirmam que não reconhecerão o resultado, caso o governo Micheletti conduza o processo. A tentativa de mediação entre as duas partes, encabeçada pelo presidente da Costa Rica, o prêmio Nobel da Paz Oscar Arias, até agora não obteve sucesso.

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